Os menos favorecidos
Por Olvídio Mor Horelhãns
A sabedoria popular dita: “a corda estoura sempre no lado mais fraco”. Seria uma outra visão para o termo injustiça. De modo geral, o jornalismo busca evitar ser o agente de tal situação. Nesse sentido, A Primeira Vítima, enquanto noticioso, a nível de imprensa, sai mais uma vez na frente da concorrência com o furo de Julinha Botelho. Não, caro leitor, a intrépida repórter não posará nua. Trata-se de sua belíssima matéria “Polícia Faz-Geral defende bonecos após assalto à sede no RJ”.
A Ju é muito sensível. Comoveu-se com a situação de dois funcionários da Polícia Faz-Geral (PF-G), que estavam de plantão no dia em que houve um probleminha na sede da entidade no Rio de Janeiro. Geralmente nesses casos as autoridades elegem competentemente os culpados, promovem o afastamento ou até mesmo a expulsão dessas pessoas e ponto final. Por conseqüência, ocorre uma espécie de “lixamento moral” dos acusados. E a Ju fica muito brava quando isso acontece.
A indignação de um jornalista é o combustível para o seu sucesso (mandei bem agora, hein?). Entretanto, algumas correntes do pensar jornalístico defendem que o profissional deve manter-se distante do fato narrado. Discordo. Se o fizer, o repórter corre o risco de não ver nada do que está acontecendo. E a matéria da Ju demonstra a diversas possibilidades de envolvimento em causas justas. Lamentável, apenas, é o fato de ela não querer se envolver comigo. Isso, sim, é injustiça para com os menos favorecidos.