31 agosto 2005

A arte de ouvir todos os lados

Por Olvídio Mor Horelhãns

Um dos pilares sagrados do jornalismo (nossa! Como estou místico hoje!) é o ato de ouvir todos os lados em uma reportagem. E em A Primeira Vítima não é diferente. A Ju faz isso que é uma beleza, nos dois sentidos, é claro. Até podemos escutar vozes na matéria “Polifônica, Universidade quer ouvir denúncia do minimão”, do dia 23 de agosto.

A cobertura sobre o “minimão” feita pela intrépida repórter ganha em dramaticidade e tensão. (Ju, eu disse “tensão”). No caso, suas apurações indicam as primeiras preocupações no prédio mais badalado na USPi, o da reitoria. A dificuldade de obter informações no local é grande. Pesquisa Data Vítima já revelou que ali há uma das maiores concentrações de puxa-sacos por metro quadrado no Brasil, no mundo e em Santo André em região.

Não entendi qual é a desse tal presidente do PP, S. C. Sfirra. Pô meu, a Ju o procurou e ele não deu a menor atenção. É no mínimo estranho. Se isso acontecesse comigo, daria a ela todo tempo e amor do mundo. Ah, se minha cueca falasse!!!

26 agosto 2005

A mídia noticiando a mídia

Por Olvídio Mor Horelhãns

Não adianta a concorrência tentar ampliar o leque de atuação. A Primeira Vítima já se consolidou no meio noticioso como uma referência no Brasil, no mundo e, como não poderia deixar de ser, em Santo André e região. Estamos tão seguros de nossa liderança que abrimos espaço para noticiar novas empreitadas. A generosidade agora parte da espetacular Julinha Botelho no texto “SBP investe para ter jornalismo premiado”, do dia 15 de agosto.

A escultural repórter (pô Ju, me dá uma chance) se embrenhou no prédio do SBP para trazer os leitores todos detalhes do desesperado ato da emissora contra o Primeira: a estréia do mais novo telejornal, o SBP A Mil, apresentado, dirigido, produzido, pensado e elaborado pela ex-blobal Ana Paula Patrão.

Até que a Ju foi legal com eles. Já nas linhas iniciais, solta alguns elogios “emissora reconhecida por sua programação de qualidade nos segmentos de humor e dramaturgia”. Ela me disse que tratou-se apenas de um gesto de gratidão pelo fato de a assessoria de imprensa do SBP oferecer-lhe, no almoço, pão com mortadela e suco Bang de uva – com gelo para render mais.

Informado da presença de um profissional deste noticioso no prédio de sua emissora, o dono da bagaça, Sylvyo Prantos, soltou uma nota para tentar driblar a astúcia da Julinha. Não adiantou. Ela conseguiu captar detalhes que escapam ao telespectador. “A impressão é de que foram reaproveitados alguns materiais de antigas provas do Dormindo Geral, como a famosa banheira que agora faz as vezes de metade do globo terrestre”, anotou a Ju.

Durante a tricotagem com Patrão, a Ju também consegui arrancar da rival o real motivo para o telejornal começar às 19h15. Todos consideravam que seria para concorrer com os demais noticiosos dessa faixa horária. Erraram. Como escreveu nossa deslumbrante jornalista, Patrão era mote para piadas de colegas da Blobo, pois chegava muito tarde em casa devido ao horário de trabalho. A confidência: “Eles diziam coisas como ‘vai pra casa, Patrão, que a patroa vai ficar brava’. Meu marido era motivo de chacota”.

Outro aspecto louvável da matéria da Ju foi denunciar a violência psicológica a que são submetidos profissionais da produção do telejornal caso não atinjam os índices de audiências desejados por Patrão. Porém, tudo tem limite. Exigir que se faça claque no programa de Hebbe Camacho e participação na campanha de final do ano, cantando musiquinhas ao lado de Lininha e Elka Baranguilha é demais. Vamos ao sindicato!!!!!

23 agosto 2005

Mantendo as tradições

Por Olvídio Mor Horelhãns

Olvídio Mor Horelhãns além de ser perfeito, tem queda por manter vivas as tradições. Nesse sentido, o renomado jornalista dá um show (para dizer o mínimo) na matéria “Inédito: Oposição pede impedimento de Lulla” do dia 15 de agosto.

O texto propriamente é uma bosta, o que não vem ao caso. O que vale para o querido leitor é explicar uma antiga tradição d’A Primeira Vítima. Com a palavra, ele, o mito, a lenda viva do jornalismo, Olvídio Mor Horelhãns.

“Caro ombudsman.

Sua audácia em me questionar como fiz tal texto, diga-se perfeito, beira a sandice. Em todo caso, devo dizer que me baseie numa tradição deste noticioso. Estava eu de plantão no respectivo final de semana da publicação da matéria. Recebi doze pautas, mas não cumpri nenhuma delas por pura preguiça. Primeiro, odeio plantão de final de semana. Segundo, não via a hora de sair no meu horário.

Pois bem, eis que adentra à redação um de nossos estagiários, feliz da vida por acreditar que estava de seu primeiro furo. Ao me consultar – coisa, aliás, muito sensata – tentei convencê-lo do contrário. Ele não levou a sério o que falei. Insisti que me passe as informações para que eu redigisse de forma perfeita uma notinha. Recusou-se. Então não tive dúvidas: enchi a cara dele de alegria. Após a saraivada de argumentos, cedeu. E mantive assim uma das mais antigas tradições do Primeira. Foi só isso.

Sem mais porque já deu minha hora, OMH”

20 agosto 2005

Um acumulado de experiências

Por Olvídio Mor Horelhãns

O jornalismo hodierno dispensa a experiência acumulada residente naquilo que se convencionou chamar de “velha-guarda”. O profissional passa dos 25 anos de idade e é considerado um dinossauro pelos demais colegas. Em A Primeira Vítima isso não acontece. A média etária de nosso time é de 326 anos (considerando no cálculo esse que vos escreve; sem isso a média fica em 12 anos). Eis uma das razões de nosso sucesso: respeitamos as lições aprendidas ao longo da carreira de cada companheiro de redação. E quando são compartilhadas, melhor ainda.

Paco Figueroza se despe de toda a vaidade para nos antecipar as principais manchetes da concorrência. Mais uma vez, um belo trabalho no seu texto do dia 13 último “Exclusivo: o que eles querem dar”. No entanto, nossos leitores, ouvintes e telespectadores ficaram curiosos em saber como tal feito é possível. Simples, Figueroza já figurou (não resisti novamente ao trocadilho) entre os melhores quadros de comunicação no Brasil, no mundo e em Santo André e região.

Como entregador de água, Paco esteve por 15 minutos na redação de O Estádio do São Paulo, tempo mais do que suficiente para captar toda a essência do fazer jornalístico do local. Em Beja, durante a espera de 40 minutos para entregar os lanches solicitados, assimilou como poucos o espírito jornalístico que rege o respeitadíssimo semanário.

Figueroza trabalhou como balconista por dois dias em uma lanchonete próxima ao prédio da Bolha, cuja nata tradicionalmente se reúne para bate-papos de fim de dia. Para entender a lógica jornalística que governa o periódico, ele precisou apenas ficar atento às conversas. Prestou serviços também como garçom numa festa de confraternização entre profissionais de Lanço!. Entre uma biritinha e outra que servia, aprendeu como fazer a diferença no jornalismo esportivo.

Em sua versatilidade profissional, Paco resolveu um problema de goteira na torneira no único sanitário d’O Brasil de Farto. A experiência lhe rendeu profundo conhecimento do operar jornalístico do famigerado jornal. Como ajudante de auxiliar de pintor, contribuiu para dar novas cores à redação do excepcional Jornal da USPi. Em troca, as feras do local lhe transmitiram todos segredos de um trabalho único em Butantã e região.

Figueroza foi segurança noturno no prédio de A Horta do Povo por quatro dias. A jornada possibilitou-lhe ingerir os mais belos conceitos do jornalismo. Porém, nosso herói sonhou alto. De repente, faxineiro do The dependant. Como a imigração não conseguiu estraçalhar com Paco, o expulsou cordialmente do país, mas não impediu o intercâmbio profissional dele.

Por fim, descobriu que o jornalismo sempre esteve em sua vida. Na veia, mesmo. Preencheu uma ficha no Primeira, onde acertou somente o seu nome e sobrenome, razão mais do que suficiente para contratação. Nunca é demais ressaltar: Paco orgulha-nos com o seu trabalho.

16 agosto 2005

Um exemplo a ser seguido

Por Olvídio Mor Horelhãns

Olvídio Mor Horelhãns é perfeito (sempre quis começar um texto assim). É a conclusão a que podemos chegar após lermos algumas das 111.456.456 mensagens enviadas à redação d’A Primeira Vítima referentes à matéria do mito do jornalismo nacional, internacional e de Santo André e região “Exclusivo: música era código cifrado para convocar parlamentares às orgias regimentares”, do último dia 13. Vale registrar que é a primeira vez que um jornalista do Primeira não recebe uma crítica sequer. Somente elogios. EU SOU DEMAIS!!!!!!

“Seu texto estava lindo, querido marido.”
Cega Strumes Mor Horelhãns

“Pai, o que eu devo escrever mesmo??”
Olvídio Mor Horelhãns Filho

“Pai, não consegui entender o que o senhor me ditou. Repita, por favor.”
Olvídio Mor Horelhãns Jr.

“vô, o senhor ainda não me repassou o e-mail para eu pedi para a galera escrever”
Olvídio Mor Horelhãns Neto.

“Papai, o senhor me empresta o carro hoje à noite?”
Cega Strumes Mor Horelhãns Filha

“Faz tempo que você não aparece, meu querido irmão. Não esquenta: já esqueci sua dívida.”
Clara Mor Horelhãns

13 agosto 2005

Onde está a verdade no jornalismo?

Por Olvídio Mor Horelhãns

Naturalmente, com os profissionais de A Primeira Vítima. Um exemplo, caro leitor, é o trabalho de John Renner intitulado “DataBolha errou: no segundo turno, Graziela do BBB derrota Robinho”, do dia 12 de agosto. O repórter presta importante serviço ao processo eleitoral já em curso apoiando sua matéria em pesquisa realizada pelo DataVítima. Por tabela, desmascara uma instituição rival (um dos mandamentos publicitários é não citar o nome do adversário, só se for para avacalhar, o que não é o caso).

O Data Bolha quando não acerta, erra. Entretanto, tal rotina não cerca os números do DataVítima, do Instituto Data Vítima. A entidade foi a única a acertar que a seleção canarinho seria derrotada pela equipe italiana na Copa de 82 (Espanha) cinco segundos após o apito final, detalhando o placar, quem marcou os gols e em que momento. A precisão ainda se manteve em apontar os culpados pela derrota brasileira e como puni-los exemplarmente. O feito consolidou nosso instituto como o líder em pesquisas de opinião, previsões, achismo, chute e afins.

Não tem pra ninguém: credibilidade, seriedade, profissionalismo, precisão é com o DataVítima. Ligue para uma de nossas atendentes e confira os preços. Pagamentos facilitados. Aceitamos cartão, cheque pré, ticket refeição, vale transporte. O importante é entrar uma grana. Satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta. Requisite uma visita de nossos representantes, sem compromisso.



Ciências auxiliares do fazer jornalístico

Por Olvídio Mor Horelhãns

O prezado leitor d’A Primeira Vítima já se viu na seguinte situação: durante o jantar, está diante da TV. Aparece a “mocinha do tempo” (momento de maior audiência dos telejornais). Você aumenta o áudio do aparelho. E ela garante por a + b que virá aquele pé d’água no dia seguinte. É claro, no decorrer do período.

Na manhã seguinte, céu de brigadeiro. Mas o leitor do Primeira, que é uma pessoa atenta, esperta, eu diria antenada, sai de casa com seu simpático guarda-chuva. Pega trem, metrô e dois ônibus para chegar ao trabalho. Durante este estimulante trajeto recebe os mais variados, alguns inéditos, xingos por causa do penduricalho, mas se mantém confiante.

Entretanto, a chuva que aquela desgraçada disse que viria ficou para uma próxima oportunidade. E para fechar o dia, no retorno de mais uma jornada, o leitor amigo esquece seu fiel escudeiro em um dos coletivos utilizados. Não é? Então, essa é uma das funções da previsão no jornalismo.

Dentro desta lógica, a pesquisa de intenção de voto nada mais é do que uma outra ciência auxiliar do jornalismo. Ajuda a cravarmos com exatidão, respeitando a margem de erro, as previsões para anos eleitorais. Não importa o quanto estamos distantes do pleito. Isso é só um detalhe.

A Primeira Vítima quando destaca um de seus profissionais para traduzir números, percentagens e dados sabe que ele estará atento a todas as armadilhas dessa empreitada. Não é à toa que em nossos concorridíssimos testes para admissão cobramos as tabuadas do 1 e a do 2, para estagiários, e mais a do 3, para formados. Saber os como são os métodos utilizados pelos os institutos de pesquisas é outra exigência deste noticioso.

Nesse sentido, o repórter Zurick Spantus realiza um belo trabalho. Em seu texto do dia 12 de agosto, “Data Bolha usou tecnologia da Nasa para prever resultado eleitoral”, presenteia-nos com uma entrevista esclarecedora, respeitando sempre a margem de erro, com o diretor do instituto, Marcius Paulinho. A maioria esmagadora dos leitores do Primeira gostou da matéria (6%), cerca da metade ficou ainda mais curiosa (86%) e poucos reclamaram da pertinência da entrevista (114%), com uma margem de erro de 319% para o lado, para cima ou para baixo. (Fonte: DataBolha).

Mexendo com as esferas do poder

Por Olvídio Mor Horelhãns

Uma das marcas que consagra A Primeira Vítima como o veículo mais importante do jornalismo de todos os tempos é a antecipação de fatos. É sair um texto neste noticioso e colegas de outras redações sempre me ligam dizendo “Aí que ódio!”. O reconhecimento de nossos pares nos enche de orgulho.

O alvo da inveja mundial desta vez foi a gracinha de repórter Julinha Botelho (ainda eu traço essa menina) pela matéria do dia 12 de agosto “Diretor do Sintup abre o jogo sobre o esquema”.

Ela retoma o detalhamento de como a maracutaia corre livre, leve e solta em assembléias ordinárias (e bota ordinária nisso) do Conselho Unilaterário (CO ou CU, como preferir). A estratégia é nova e preocupa os mais renomados parlamentares pela criatividade empregada no pagamento do “minimão”. Temem uma concorrência desleal.

O ex-mais ou menos virgem e atual presidente da Câmara, Interino Caducante, estabeleceu grupo de estudos para analisar os métodos descritos pela Ju. Em rápida sintonia com Caducante, o presidente do Senado, Enan Atoleiros, fez beicinho e também mostrou serviço. Determinou uma diligência até a USPi para conhecer de perto “o estojinho escolar, que foi apelidado de ‘material de apoio’”, como anotou Julinha. O dispositivo serve de disfarce para a propina distribuída nas sessões do CO ou CU, como preferir.

Nossa escultural repórter mostrou com charme e beleza como um profissional de nosso time consegue arrepiar as mais variadas esferas do poder.

Um feedback necessário

Por Olvídio Mor Horelhãns

Não sou eu quem diz, mas uma das mais tradicionais leitoras d’A Primeira Vítima, a querida promoter e modelo, Jennys Joplin. Com vasto vigor intelectual, declara: “Bela matéria geennnte! A-do-ro matéria de comportamento, é tão light, deixa o leitor feliz, fashion, né? E essas coisas de dieta, de cuidar do corpo sempre são muito dez. Parabéns pela reportagem.” O elogio vai para o colega Paco Figueroza em seu texto “Lulla não é mais light. É diet” de dia 11 deste mês.

O jornalista deste noticioso precisa desse retorno. Além das comissões por matéria publicada, é isso que alimenta sua convicção de ajudar as criancinhas carentes, os fracos, os despossuídos, enfim, contribuir para um mundo melhor.

Figueroza magistralmente conecta os mundos do entretenimento, o político, o gastronômico, o das relações internacionais com as necessidades básicas de cada brasileiro. Ganham o repórter, que fez com dignidade extremada o comercial da empresa IBF Papers, distribuidora do “Lulla Diet”, o Primeira, que engorda a fileira de clientes, o leitor (não sei o quê) e ele, claro, ex-obeso e ainda-deputado Michael Jefferson, nosso mais fiel colaborador para assuntos parlamentares. Sa-be tuuuu-do esse Michael.

Traduzir para comunicar

Por Olvídio Mor Horelhãns

Uma das mais belas tarefas dos profissionais de A Primeira Vítima é traduzir fatos, falas, e ações para o cotidiano do brasileiro. Realiza com perfeição a perfeita repórter Julinha Botelho (eu ainda vou botelho nela) em “‘Lulla reeleito’ tem 13 letras”, diz presidente”, do último dia 11.

Imagine-se você leitor em meio a um batalhão de repórteres – tentando te encoxar – e ainda precisando entender as ricas metáforas de nosso inspirado presidente, “descontraído no linguajar”, como assinala a intrépida colega. Não é fácil. Depois disso, ainda ter de lançar mão de uma calculadora para somar as letras citadas pelo mandatário nacional para checar a informação. Haja disposição. A Ju chegou super cansadinha na redação. Precisou de uma massagem, a que me prontifiquei prontamente. Ficamos só nisso, mas eu chego lá.

O jornalismo também deve apoiar os acertos

Por Olvídio Mor Horelhãns

As linhas de John Renner em “REFORMAS: Esplanada dos Ministérios é convertida em estacionamento”, de 10 de agosto, demonstram claramente que diferentemente do que a mídia inteira do país mostra, o governo federal não está paralisado.

Porém, o texto de Renner contém algumas lacunas. Nada que comprometa o ideal de perfeição pregado na redação d’A Primeira Vítima. Faltou ouvir, por exemplo, o ex-ex-comunista e atual arquiteto Oschar Não É Mais. Afinal, de quem mais poderemos esperar um megaprojeto para a construção de um megaestacionamento ao redor do Congresso. Dele, né? Agora que começo a m..., termina, pô!

As dúvidas mais freqüentes em nossos leitores foram se Não É Mais daria novos traços a Alan Greenspan. Ou se o arquiteto homenagearia seu grande ídolo Georgi W C Bucha. Ficamos sem saber.

Faltou informar também qual empreiteira irá faturar a licitação aberta para o início das reformas. Era apenas uma questão de leitura. O próprio texto do projeto encaminhado ao Congresso pelo ministro da Fazenda, Sítio ou Uma Casinha de Sapê, Anfônico Palófi, explicita o nome da vencedora: Andrade Horelhãns. Com isso o repórter mostraria ao leitor a total transparência do processo.

Sinceramente, não entendi: John Renner consegue o mais difícil que é achar parlamentares no Congresso e não se dá o trabalho de ler as 86.236 páginas do projeto. Fracamente, preguiça tem limite! Os leitores não pouparam Renner. E eu não vou contrariá-los, sobretudo aqueles que vivem na porta da redação com um porrete nas mãos sabe-se lá para quê.

06 agosto 2005

Cultura e lazer

Por Olvídio Mor Horelhãns

Nem só de escândalos vive o mundo. Cultura e lazer também “faz parte” (como diz o filosofo contemporâneo) de nossas necessidades. Afinal, caro leitor, você tem sede do quê? Fome do quê? A gente não quer só comida. A gente quer diversão. Balé.

O meio cinematográfico brasileiro explode de felicidade com a matéria “Cacá Pieguis começa gravações de ‘2 Filhos de Vallério’”, de Tahc Ponto Cê do dia 5 de agosto. Rumores sobre a película já haviam sido divulgados pela concorrência (que morre de inveja de nós), mas os fatos somente Ponto Cê tem.

O repórter consegue captar algumas palavrinhas do inacessível diretor Cacá Pieguis. Incrível. O longa promete emocionar platéias no Brasil, no mundo e em Santo André e região. Incansável nas apurações, Ponto Cê antecipa o ponto alto (não resisti ao trocadilho) da trama: “A boataria dá conta de que a superação da deficiência do filho mais velho, que teria nascido com um cotovelo a mais, será o ponto de maior emoção”. Ainda bem que ele não contou o final. Sempre há um engraçadinho que dá uma dessas.

E por falar em cinema nacional e em Santo André e região, recebi outra ligação de Michael Jefferson. Ele me contou em primeira mão para ser divulgado em primeira mão no A Primeira Vítima que está escrevendo o roteiro de seu primeiro filme. Por se tratar de uma obra autobiográfica, Jefferson não esconde de quem será o papel principal: dele mesmo. Já adiantou inclusive o nome: “Meus instintos mais primitivos”.

Disse ainda que convidará o ator especializado Alexandre Froca, que figurará como o “operador” dos fundos de José Sifu(o resto é por sua conta), que também já confirmou participação, numa tríplice ação com Calvus Valério, também confirmadíssimo. Jefferson considera que o carequinha-modelo dispõe de uma bela anatomia fálica. O pau-mandado e ex-tesoureiro Deu O Lúbio Nos Ares também aceitou o convite de Michael. Outro ator experiente chamado é Sylvynho Bobeira. “Justamente pelas suas medidas. É pra fazer um contraditório com o Froca”, justificou Jefferson.

A elenco feminino já está quase fechado. A dona da Dasloo, Elyiyanaa Trancada, terá uma participação especial. Segundo Jefferson, pela semelhança, fará a cadela Mis, uma homenagem à amiga e confidente dela, a finada cadela Michelle. A estrela mor será Kernanda Farina, que ficou emocionada com o convite. Agradeceu a Michael pela oportunidade e afirmou que já está estudando as melhores posses. “Não vou deixar ninguém gozar na cara. Meterei a boca”, teria dito ela a Jefferson. Ah, as filmagens serão em Santo André e região. E o mais importante: com a minha direção. “Com isso as estatuetas virão naturalmente”, finalizou o meu amigo e excelente roteirista Michael Jefferson.

Solidariedade é tudo

Por Olvídio Mor Horelhãns

Caro leitor, os jornalistas de A Primeira Vítima também têm coração. Isso fica evidente na reportagem de Tahc Ponto Cê “Atores Blobais fazem ato pró-Binedita”, de 5 de agosto. O colega se vê em meio a tantas celebridades blobais, sacrifica-se (pois não pede sequer um autógrafo), e narra com destreza o clima de um encontro tããããããooooo importante.

Binedita da Silver me ligou. Emocionada! Disse que ninguém mais se lembrava dela. E que após a publicação deste noticioso, dada o alcance das matérias, a encheção de saco voltou. “Era tudo que eu queria”, exclamou após assoar o nariz.

A ex-ministra e ex-desaparecida não se segurou e revelou que está montando uma ONG para pessoas públicas desaparecidas. A estrutura será toda em São Paulo, mais precisamente às margens do Rio Tietê. “Dali a gente já despacha o nosso cliente”, disse, numa clara tentativa de desmanchar as perfeitas obras locais do perfeito governador Gerardo Aídemim.

Setorismo no jornalismo

Por Olvídio Mor Horelhãns

A Primeira Vítima mantém uma tradição milenar do jornalismo: o setorista, aquele profissional encarregado de cobrir determinado assunto e/ou instituição. Uma de suas funções é passar o dia inteiro coçando em algum local, descolar uma boa fofoca e trazer a notícia para a redação. E se o dia for “fraco” (expressão do meio para dizer que não aconteceu nada de importância jornalística, como desgraças e afins), o colega inventa algo e já ganhou a jornada.

Todos os repórteres deste noticioso são setoristas. Uns mais outros menos. Depende da pomada que utilizam. Os destaques da edição do dia 4 de agosto ficam por conta de Zurick Spantus, o repórter que perde o lide, mas não a piada, e a minha, a sua, a nossa deliciosa repórter Juliana Botelho. Ambos revelam os bastidores (esse clichês dá sempre um tom dramático) de uma das maiores universidades de Santo André e região: a USPi.

Impressiona como Michael Jefferson distribuiu várias franquias de suas operações. O meio universitário já adquiriu diversas delas. Porém, antes, nossos humildes acadêmicos implementaram grupos de estudos, realizaram seminários, congressos, palestras, debates, estudos de campo e praia, inúmeras votações após muitas questões de desordem e elegeram um grupo deliberativo, com poder de decisão para as questões levantadas e colocadas durante todos esse intenso processo intelectual. Além de produzirem relatórios, monografias, teses e publicações. Enfim, encantaram-se com os métodos de trabalho científico de Jefferson.

O quadro das principais atividades acadêmicas de monta está claro nos respectivos textos dos jornalistas supracitados (escrevi bonito agora, hein?) “Abin vê relação entre atentado escatológico em universidade e crise em Brasília” e “EXCLUSIVO - Escândalo na USP”. O maior mérito dos relatos dos dois repórteres do Primeira é dar aos leitores esperanças em nossa produção acadêmico-científica. O meio está firme e forte na cruzada por soluções às questões mais importantes de nossa nação. Orgulhemo-nos disso.

04 agosto 2005

Para além dos gramados

Por Olvídio Mor Horelhãns

Bem, amigos de A Primeira Vítima, comeeeeeçaaaaa a cobertura esporrrrrrrtiva deste noticioso!!! E o pontapé inicial é de Tahc Ponto Cê em sua emocionaaaaannnteee matéria “Escândalo do Mensalão chega ao Futebol” do dia 4 de agosto.

Ponto Cê é um profissional completo: sempre inicia a sua pergunta com a expressão “ô meu amigo”, principalmente quando é com jogador de futebol; tem uma das mais invejadas coleções de camisetas de clube de todo o mundo e de Santo André e região; toda vez que um atleta é negociado sua conta bancária engorda um pouquinho (só um pouquinho); nunca declarou sua paixão pela Ferroviária de Araraquara para ter um comentário isento; realiza seus “merchans” em dia; jamais se alterou num programa mesa-redonda; embora tenha tentado a carreira de jogador de futebol por 18 vezes, jamais sentiu qualquer tipo de frustração, pois nunca descarregou isso em um atleta em atividade; jamais emprega chavões em suas falas. E sobretudo, sempre pergunta com leveza e desenvoltura a um recém-campeão o que ele está sentido naquele momento.

Porém, mesmo com todas essas qualidades, nosso jornalista mandou uma na trave. O filho mais novo de Calvus Valério não foi ouvido pelo repórter. E o garoto me ligou. Indignado! Após os palavrões de praxe, disse que seu pai teve a brilhante idéia de lhe cortar a mesada e estaria repassando para um tal de Olvídio Mor Horelhãns. O rapaz fez uma promessa: “vou pegar o Tahc Ponto Cê na saída!!!!!”.

Antes do fechamento desta edição, conferi meu extrato bancário. Nada de mesada. Quem disse que criança não mente!!! Como diz o meu amigo Tahc Ponto Cê: “quem não faz, toma”.

No calor do jornalismo “hardnews”

Por Olvídio Mor Horelhãns

Estar em cima dos fatos é tudo que um jornalista quer. E vencer as barreiras impostas pela cobertura dá mais tesão ainda. Sobretudo quando a reportagem é de Juliana Botelho. O texto “Disseu convence: ‘Sou Inocêncio’”, do dia 3 de agosto é irretocável.

Com suas curvas estonteantes, a colega traz com beleza incontestável o clima do depoimento do ex-superministro da Casa Brasil e agora apenas-deputado Zé Sifu(o resto é por sua conta, leitor) ao Desaconselho de Ética da Câmara.

Fazendo uso de suas belas pernas, a Ju se movimenta, colhe informações, revela um detalhe que ninguém viu (pois ela estava agachada) e fornece ao leitor de A Primeira Vítima um verdadeiro filme do que aconteceu. Que narrativa!!! Delícia total!!!! Prezada Juliana Botelho, precisamos rever alguns pontos de sua apuração. Hoje, no meu apartamento, às 20 horas. Tudo bem, querida?

03 agosto 2005

Como evitar o “economês” em um texto jornalístico

Por Olvídio Mor Horelhãns

A economia está na boca do povo. Facilmente vemos, numa mesa de bar, o brasileiro discutindo com empolgação “axiomas da preferência”, “leap-frogging”, “emulação pecuniária”, a “lei da utilidade marginal decrescente” ou a “redibição”. Isso se deve a abnegados do jornalismo econômico como o repórter Paco Figueroza, cujo maior mérito é se desvencilhar do chamado “economês”, ou seja, ir além de números ou termos do setor.

Em “Má notícia: aumento da expectativa de vida causa instabilidade na bolsa”, de 1º de agosto, Figueroza é sensível, claro e honesto. Já de saída presenteia os leitores com uma ótima expressão no título da matéria “Má notícia”, ou seja, tudo que queremos receber.


Posteriormente, ele informa claramente que “Avessos ao risco, os investidores externos acharam prudente retirar seus ativos dos papéis da dívida brasileira. O efeito dominó levou à queda na bolsa, alta no dólar e no risco Brasil, e a novos clamores por elevação dos juros”. Sem o auxílio de qualquer número, percentagem, cifra ou valores, o jornalista conseguiu dar uma alma ao seu texto. Esse garoto vai longe.

Por fim, sem deixar escapar sequer um risinho de sua parte, Paco Figueroza enche de esperanças uma camada expressiva de leitores de terceira idade de A Primeira Vítima. “Para isso, os analistas recomendam a adoção de medidas que impeçam um novo aumento na expectativa de vida. ‘A alta na mortalidade certamente demonstraria um cenário de mais confiança’, opinou Jack Debraban, da Consultoria Pendências”. É o tipo de opinião que cai como uma chuvinha de fim de dia ensolarado, após pipocas e uma sessão da tarde com o clássico filme “As trapalhadas de um trapalhão atrapalhado na Trapalhândia”, em ouvidos de técnicos atentos à realidade nacional do Ministério da Fazenda, Sítio ou Uma Casinha de Sapê (MFSUCS).


As apostas de um jornalista

Por Olvídio Mor Horelhãns

A cobertura política oferece grandes armadilhas aos que nela se debruçam (Fala a verdade: eu estou cada vez mais poético). Nesse terreno, um dos grandes valores de um jornalista é bancar suas apostas. O repórter Oscar Alho se agarra (sabe-se lá como) em um nome forte para as eleições presidências de 2006: a ex-secretária e atual secretária Kernanda Farina.

Graças às linhas de Alho, o leitor mais atento começa a juntar as peças do quebra-cabeça político nacional (esse chavão é uma delícia). Na matéria do último dia 29 (Obituário: cadela do presidente Lulla morre de desgosto), o repórter é sutil: “interlocutores próximos ao presidente vão mais longe, e dizem que a cadela [Michelle] era a primeira opção do Petê para concorrer à presidência em uma eventual desistência de Lulla”.

Já no texto do dia 1º deste mês, “Kernanda Farina quer entrar no Bigui Broder Braziu”, Oscar revela a influência da finada Mi nos planos de Farina: “Acho que posso estar ocupando o lugar da cadela Michelle, que faleceu na semana passada. Tínhamos muito em comum: força, determinação e beleza”. É a mensagem que faltava para os operadores da futura ex-modelo-atriz Farina entrarem em ação. A chegada ao Bigui Broder Braziu será mera conseqüência de seu charme, inteligência, pedigree e garra.

Vale um adendo: tenho relativa experiência em cobertura de conflitos bélicos no Brasil (Revolução de 32), internacional (minha estréia foi nas Guerras Púnicas) e em Santo André e região (tomada do poder pelo Imperador Horelhãns). Presencie cenas que não me deixam dormir até os dias que correm. Mas nada se compara ao que meus olhos testemunharam na Revista da Bolha deste último domingo (31): as fotos da futura ex-apresentadora de programa infantil Kernanda Farina em poses sensuais são impactantes!

E após receber um telefonema de familiares de Oscar Alho, que foi internado às pressas na UTI do Hospital Alberty Alberti após ver inocentemente o ensaio fotográfico de Farina, fui mais do que depressa prestar solidariedade às cinco irmãs dele. Transmito a esse excelente profissional toda a preocupação de nossos leitores, colegas de A Primeira Vítima, anunciantes e, sobretudo, credores.

01 agosto 2005

Um início impecável

Por Olvídio Mor Horelhãns

O Primeira Vítima completa hoje, 1º de agosto, uma semana de vida de uma nova fase. Nesse período, o melhor veículo noticioso de todos os tempos já pode ser considerado um sucesso de público e de crítica. E uma de minhas funções, além de apontar a total incompetência de meus colegas de trabalho, é justamente apresentar a você, caro leitor, que não tem o que fazer e fica lendo as besteiras que eles escrevem, um balanço do fazer jornalístico de nossos profissionais. Vamos aos números, que, segundo a mais alta filosofia acadêmica, não mentem jamais.

Foram exatas 11.256 publicações, um recorde mundial e em Santo André e região. Há um equilíbrio espantoso entre todas as editorias: política (2.256), esportes (2.256), artes (2.256), cinema (2.256), fofoca (2.516), injúria (2.256), calúnia (2.256), intriguinha (2.256), discórdia (2.256), intrigona (2.256) e difamação (2.256). Essas marcas revelam o grande ecletismo de nossos repórteres.

Sobre a qualidade da escrita, houveram apenas dois erros de português. Um a nível de ortografia, enquanto falha do corretor do Word. O outro, de concordância entre os repórteres quanto às comissões a serem recebidas por matéria publicada. Nada que umas boas porradas não resolvessem.

O Primeira Vítima tem em seus quadros 118 jornalistas. No quesito desempenho profissional, todos conseguiram pelo menos um processo em cada categoria de maior prestígio deste noticioso: intriguinha, intrigona, fofoca, discórdia, injúria, calúnia e difamação. O senhor Maulo Paluff é nosso cliente preferencial, com 28 ações judiciais. O honroso segundo lugar está com dona da Dasloo, Elyiyanaa Trancada, amiga e confidente da finada Mi, com 27 ações. E o terceiro é de Michael Jeffersson, com 26.

As correspondências de nossos leitores chegaram a 110.256, sendo que 110.254 delas elogiavam o trabalho de nossa equipe. As duas restantes foram do excelentíssimo governador, Gerardo Alquimim, e do Ministro da Justiça, Cássio Mordaz Pastos. O primeiro disse que “tá de mal” porque não publicamos nenhuma foto dele beijando as criancinhas desamparadas, que, de acordo com excelentíssimo, é o foco de seu governo. E o segundo continua fazendo beicinho e não atende a reportagem do Primeira Vítima.