13 agosto 2005

Ciências auxiliares do fazer jornalístico

Por Olvídio Mor Horelhãns

O prezado leitor d’A Primeira Vítima já se viu na seguinte situação: durante o jantar, está diante da TV. Aparece a “mocinha do tempo” (momento de maior audiência dos telejornais). Você aumenta o áudio do aparelho. E ela garante por a + b que virá aquele pé d’água no dia seguinte. É claro, no decorrer do período.

Na manhã seguinte, céu de brigadeiro. Mas o leitor do Primeira, que é uma pessoa atenta, esperta, eu diria antenada, sai de casa com seu simpático guarda-chuva. Pega trem, metrô e dois ônibus para chegar ao trabalho. Durante este estimulante trajeto recebe os mais variados, alguns inéditos, xingos por causa do penduricalho, mas se mantém confiante.

Entretanto, a chuva que aquela desgraçada disse que viria ficou para uma próxima oportunidade. E para fechar o dia, no retorno de mais uma jornada, o leitor amigo esquece seu fiel escudeiro em um dos coletivos utilizados. Não é? Então, essa é uma das funções da previsão no jornalismo.

Dentro desta lógica, a pesquisa de intenção de voto nada mais é do que uma outra ciência auxiliar do jornalismo. Ajuda a cravarmos com exatidão, respeitando a margem de erro, as previsões para anos eleitorais. Não importa o quanto estamos distantes do pleito. Isso é só um detalhe.

A Primeira Vítima quando destaca um de seus profissionais para traduzir números, percentagens e dados sabe que ele estará atento a todas as armadilhas dessa empreitada. Não é à toa que em nossos concorridíssimos testes para admissão cobramos as tabuadas do 1 e a do 2, para estagiários, e mais a do 3, para formados. Saber os como são os métodos utilizados pelos os institutos de pesquisas é outra exigência deste noticioso.

Nesse sentido, o repórter Zurick Spantus realiza um belo trabalho. Em seu texto do dia 12 de agosto, “Data Bolha usou tecnologia da Nasa para prever resultado eleitoral”, presenteia-nos com uma entrevista esclarecedora, respeitando sempre a margem de erro, com o diretor do instituto, Marcius Paulinho. A maioria esmagadora dos leitores do Primeira gostou da matéria (6%), cerca da metade ficou ainda mais curiosa (86%) e poucos reclamaram da pertinência da entrevista (114%), com uma margem de erro de 319% para o lado, para cima ou para baixo. (Fonte: DataBolha).

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