26 agosto 2005

A mídia noticiando a mídia

Por Olvídio Mor Horelhãns

Não adianta a concorrência tentar ampliar o leque de atuação. A Primeira Vítima já se consolidou no meio noticioso como uma referência no Brasil, no mundo e, como não poderia deixar de ser, em Santo André e região. Estamos tão seguros de nossa liderança que abrimos espaço para noticiar novas empreitadas. A generosidade agora parte da espetacular Julinha Botelho no texto “SBP investe para ter jornalismo premiado”, do dia 15 de agosto.

A escultural repórter (pô Ju, me dá uma chance) se embrenhou no prédio do SBP para trazer os leitores todos detalhes do desesperado ato da emissora contra o Primeira: a estréia do mais novo telejornal, o SBP A Mil, apresentado, dirigido, produzido, pensado e elaborado pela ex-blobal Ana Paula Patrão.

Até que a Ju foi legal com eles. Já nas linhas iniciais, solta alguns elogios “emissora reconhecida por sua programação de qualidade nos segmentos de humor e dramaturgia”. Ela me disse que tratou-se apenas de um gesto de gratidão pelo fato de a assessoria de imprensa do SBP oferecer-lhe, no almoço, pão com mortadela e suco Bang de uva – com gelo para render mais.

Informado da presença de um profissional deste noticioso no prédio de sua emissora, o dono da bagaça, Sylvyo Prantos, soltou uma nota para tentar driblar a astúcia da Julinha. Não adiantou. Ela conseguiu captar detalhes que escapam ao telespectador. “A impressão é de que foram reaproveitados alguns materiais de antigas provas do Dormindo Geral, como a famosa banheira que agora faz as vezes de metade do globo terrestre”, anotou a Ju.

Durante a tricotagem com Patrão, a Ju também consegui arrancar da rival o real motivo para o telejornal começar às 19h15. Todos consideravam que seria para concorrer com os demais noticiosos dessa faixa horária. Erraram. Como escreveu nossa deslumbrante jornalista, Patrão era mote para piadas de colegas da Blobo, pois chegava muito tarde em casa devido ao horário de trabalho. A confidência: “Eles diziam coisas como ‘vai pra casa, Patrão, que a patroa vai ficar brava’. Meu marido era motivo de chacota”.

Outro aspecto louvável da matéria da Ju foi denunciar a violência psicológica a que são submetidos profissionais da produção do telejornal caso não atinjam os índices de audiências desejados por Patrão. Porém, tudo tem limite. Exigir que se faça claque no programa de Hebbe Camacho e participação na campanha de final do ano, cantando musiquinhas ao lado de Lininha e Elka Baranguilha é demais. Vamos ao sindicato!!!!!

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