28 abril 2006

Dando e recebendo uma oportunidade

Por Olvídio Mor Horelhãns

A coluna “Alho e Óleo” é de dar água na boca (sinceramente, não consegui resisti a esse ridículo trocadilho). Com refinamento e requinte, serve aos nossos leitores, ouvintes e telespectadores o que há de melhor nas melhores rodas sociais. Sempre, claro, com informações exclusivas.

De qualidade imbatível, o espaço, sob responsabilidade do incansável repórter de A Primeira Vítima, Oscar Alho, logo, logo servirá também de modelo/atriz ou modelo/ator, como queiram, para a esforçada concorrência deste noticioso.

Um dos 112 méritos da coluna é justamente o de conciliar informações de interesse público com as de interesse do público (fracamente, hoje eu tô péssimo pra trocadilhos; vou parar por aqui). Nela, há o registro de gente famosa, querendo ser e que nunca vai ser destaque em coisa alguma. Democracia total.

Outro mérito é o de dar voz aos injustiçados. Esquivando-se toda e qualquer fofoca barata, disse-me-disse, tititi, mexerico, zunzunzum (que bela seqüência, hein?), o repórter concedeu importante espaço à atual ex e futura primeira-dama Dona Lulu Alquimim.

O relato da Dona é comovente. Enquanto o sempre perfeito, também esforçado, e incansável trabalhador Gerardo Alquimim lutava pelo leitinho das crianças, a mídia tentava incriminar sua esposa com detalhes irrelevantes sobre alfaiataria menor. Coisa boba.

E por falar em dar oportunidade, Alho é um dos poucos profissionais que conheço que se preocupa com as novas gerações, sobretudo de estagiárias. Com o seguinte lema “é dando que se recebe”, esse desgraçado tá comendo todas do noticioso!

Caso o quadro persista, recomendo à Central A Primeira Vítima de Jornalismo uma intervenção armada na sala do jornalista. Que atirem primeiro e perguntem depois.

25 abril 2006

A violência nas eleições e cobertura em Brasília

Por Olvídio Mor Horelhãns

Com as proximidades das eleições deste ano, o noticiário político tende a ficar cada vez mais violento. O jornalista vive, então, um dilema: qual o limite para não ferir a sensibilidade do leitor, ouvinte ou telespectador? A Central de Jornalismo de A Primeira Vítima recomenda aos seus profissionais prudência em relação ao sensacionalismo barato.

O repórter Olvídio Mor Horelhãns acertou a medida na matéria “Exclusivo: Enéyas é roubado na Câmara dos Deputados”. Ele conciliou excelente texto, trazendo o essencial, com imagens do fato descrito. Sem cometer injustiças, publicou apenas a foto da vítima, após a ação dos bandidos, e não se estendeu a outras insinuações visuais, como o registro do plenário cheio, por exemplo.

Ouviu também o representante maior da casa, Alto Empenho, revelando-nos inclusive o lado artístico do presidente da Câmara. Horelhãns soube ainda como poucos (aliás, somente ele sabe fazer isso) evitar as futricas dos nobres parlamentares. Com isso, consegue o distanciamento necessário da corrupção local.

Em vez de ficar no mediano, Olvídio Mor Horelhãns aproveitou para lançar uma nova concepção jornalística: o parágrafo patrocinado. Com isso, garantiu a qualidade da cobertura em Brasília. Sua mais nova aquisição é um luxo. Parabéns, meu caro. A propósito, a churrascada de inauguração do imóvel é quando?

24 abril 2006

Qualificação profissional e vanguarda jornalística

Por Olvídio Mor Horelhãns

A Central A Primeira Vítima de Jornalismo incentiva a melhoria profissional de seus quadros. Para isso, sorteia diversas viagens ao exterior. O processo é simples: anuncia-se o destino, joga-se no meio da redação a passagem e a galera que se mate. O vencedor embarca com todas as despesas pagas. Os demais, à medida vão se recuperando, voltam às atividades cotidianas.

O sujeito parte com uma única recomendação: divirta-se. Caso tenha um pouquinho de boa vontade, até que consegue fazer uma ou outra matéria. A mais recente é de John Renner, “Protestos na França: jovens revolucionários socialistas recusam ser tratados como pobres”.

Além de descrever com exatidão os acontecimentos, o repórter d’A Primeira dá um banho de história, rememorando episódios e apelidos marcantes no imaginário da humanidade. O texto de Renner surpreende com um vocabulário poliglota sofisticado, afora um estilo impecável de narrar como os entrevistados se comportam diante do jornalista. Os leitores vão ao delírio.

São essas e outras qualidades (que não cabem no espaço desta coluna) que fazem do noticioso o sucesso que é. Críticos mais ferrenhos dizem que o texto jornalístico perdeu a identidade. Está pasteurizado. Em A Primeira isso não ocorre. A forma de comunicar é imbatível; a inovação, constante; e a vanguarda nas tendências, corriqueira. Para desespero geral, nossa audiência cresce a cada dia.

21 abril 2006

Lançamentos e o pessoal do sindicato

Por Olvídio Mor Horelhãns

A Primeira Vítima intensifica seus lançamentos. Até aqui foram cinco: “Frases d’A Primeira”, seção mais antiga, iniciada em novembro de 2005, e os de 2006, “Série Profissões”, de janeiro, a coluna “Alho e Óleo”, em fevereiro, a outra série “Fauta Palta”, março, e a quentíssima seção “Jornalismo de Primeira”, deste mês.

As quatro anteriores já foram devidamente esculhambadas neste nobre espaço. Cabe, agora, avacalhar a mais recente. “Jornalismo de Primeira: Profecias realizadas” é uma iniciativa de qualidade do midiático e multimídia John Renner, repórter do noticioso atento ao movimento da concorrência.

Renner é bastante generoso com os colegas. Faz questão de lembrar aquilo que eles se esforçam para esquecer. Sem chance. Marcô, já era: virou notícia em A Primeira. Aliás, essa é uma das grandes diferenças entre este noticioso e os demais. Ou seja, eles nunca vão dar capa com a gente, mas a gente vai sempre destacar a capa deles, principalmente as de teor premonitório.

Com isso, desconfio que o repórter terá excesso de material para rechear a seção. Só espero que ele não venha com esse papo de ter de contratar mais estagiárias para realizar a triagem. Os caras deste veículo aparecem com cada desculpa para elevar a presença do mulheril na redação, mas na hora de assumir os bacuris que surgem ninguém quer, digamos, efetivar a situação. Assim não dá. O pessoal do sindicato fica nervoso.

20 abril 2006

As mais diversas belezas da democracia brasileira

Por Olvídio Mor Horelhãns

A democracia é maravilhosa. Permite a todo cidadão se expressar livremente. Exige, porém, responsabilidade. As maneiras são as mais diversas. Alguns preferem externar seus pensamentos com métodos imediatos. Confeccionam pacientemente uns dizeres numa cartolina, vai a um campo de futebol e torce... para uma câmera de TV “flagrar” o seu recado. Eis o famoso “mostra eu”.

Outros, mais sensatos, valem-se de expedientes mais sofisticados. Reservam um espacinho esperto numa página nobre de seu periódico, na programação de sua rádio ou num dos seus telejornais. Contratam profissionais para produzirem toda sorte de opinião e publicam. Eis o editorial. O prezado leitor já se atentou para os diferentes efeitos dessas manifestações?

No primeiro caso, o sujeito ganha uma notoriedade instantânea, o que depende muito de sua criatividade. Um recado bem escrito, com um colorido todo especial, rapidamente atrai o olhar televisivo. Sucesso garantido: tapinhas nas costas e muitos - muitos mesmo - puxa-sacos em seu entorno.

No segundo, o rapaz esperto do espacinho esperto exerce influência imediata, o que depende em certa medida de seu veículo. Uma boa tiragem, com forte inserção nos chamados ciclos formadores de opinião, atrai o interesse graúdo. Sucesso garantido: tapinhas nas costas e muitos - muitos mesmo - puxa-sacos em seu entorno.

Viu, caro leitor, como a democracia é maravilhosa! É com o intuito de exercê-la plenamente que A Primeira Vítima inicia sua séria de editoriais. O primeiro deles foi o “Pefelê é São Paulo, Pefelê é Brasil!”, louvando a nova administração paulista e paulistana. O segundo, “Um dia como outro qualquer”, sobre o Dia Internacional de Homenagens à Primeira Vítima. Belo início.

19 abril 2006

A sedução de uma denúncia

Por Olvídio Mor Horelhãns

A Primeira Vítima revela há tempos os mais espúrios vínculos entre a classe artística e o segmento político. A reportagem “Exclusivo: música era código cifrado para convocar parlamentares às orgias regimentares”, do lindo, tesão, bonito e gostosão Olvídio Mor Horelhãns, inaugurou mais uma nova frente de escândalos nacionais.

Após a denúncia, artistas se mobilizaram. Inspirados em congressistas, valeram-se do mais baixo corporativismo para tentarem derrubar um dos maiores repórteres d’A Primeira, Oscar Alho. Seu trabalho “BOMBA: Grupo "É o Xchan" processa deputada dançarina por plágio” é prova cabal da manobra.

Seduzido, Alho foi chamado à residência de Leto Jamaika, ex-cantor (?) e atual produtor de MCs, onde também estava o ex-cantor (?) e atual produtor de MCs, Cumpadi Uashington. Eu apurei que se tratou de uma falsa denúncia, justamente para desviar o foco de um mais um grande lançamento musical.

A carreira do MC Elefantinho precisava decolar. Jamaika e Uashington, então, ousaram no plano de marketing. A estratégia previa a utilização de uma expressiva instituição para lançar o sucesso “Se ela dança, eu danço”, aquela que o sujeito fala com o DJ. Incluía também a adoção de um símbolo sexual para estrelar o clipe da música. A escolha da deputada federal do Partido dos Truta (PTr-SP), Angelina Saidemingnin, não foi por acaso.

Percebendo que a sociedade aceitou bem a canção, mas rejeitou preconceituosamente a protagonista e musa inspiradora do novo balanço, ambos decidiram utilizar a inocência de Alho. Chamaram o repórter e detalharam uma outra versão. Com a polêmica, a música vingou e o bicho pegou para a deputada.

Oscar Alho, ocupado com algumas dançarinas que também estavam no local do encontro, esqueceu-se de fazer algumas perguntas básicas, o que comprometeu a qualidade de apuração. Essa foi sua falha. Porém, ao ter se lembrado dos amigos quando chamado para o harém em Salvador, foi prontamente perdoado pela Central A Primeira Vítima de Jornalismo, que aproveita o ensejo para reforçar seu compromisso com o interesse público, o combate à fome das criancinhas e outras questões de forte apelo social.

18 abril 2006

Jornalismo investigativo atuante

Por Olvídio Mor Horelhãns

O jornalismo investigativo de A Primeira Vítima é de encher os olhos. A gente só não sabe quem chora mais: o jornalista, ao fazer o texto, o leitor, ao lê-lo, os retratados na matéria, ao saberem que foram flagrados pelo noticioso, ou eu, que tenho de ler e comentar.

Dessa vez, a investigação atuante veio de Oscar Alho em seu trabalho lapidar: “EXCLUSIVO: Palófi foge do País com ‘recepcionista’ gostosa”. Ele novamente também fez uso do premiado fotojornalismo d’A Primeira para dar, digamos, mais vida às suas estripulias.

Alho detalha com precisão cirúrgica (não sei por que utilizei esta expressão; acho que foi para dar mais dramaticidade ao comentário) os últimos momentos no país do ex-prefeito de Ribeirão, ex-deputado federal, ex-ministro a atual doentinho, o doutor Antonyio Palófi.

Porém não se atentou para uma coisa básica. Todo cristão tem direito a férias, sobretudo aqueles que exercem funções remuneradamente estressantes. Aí sim, com as baterias recarregadas, com mais disposição pode assumir tranqüilamente suas antigas funções.

Ou você, caro leitor, acredita que essa galera toda que teve de, digamos, escafeder (a ambigüidade do termo foi friamente calculada) de Brasília perdeu o gostinho pela coisa? Uma vez com a mala no colo, fica difícil largar o osso. Piora, se ela for boazuda.

17 abril 2006

Evite o jargão para o bom entendimento do povão

Por Olvídio Mor Horelhãns

Uma das funções mais espinhosas que me compete é tentar traduzir o jargão do jornalismo aos não-iniciados. No caso, a você, caro leitor, que passa os olhos por esse troço. Aliás, isso me abre a possibilidade de pensar que você realmente não tem mais o que fazer, né?

Pois bem. No texto “SÉRIE FAUTA PALTA: Em dia agitado, imprensa acompanha inauguração de tampa de privada e barras antipânico”, do ortográfico repórter de A Primeira Vítima Tach Ponto Ce, nossos leitores, ouvintes e telespectadores se viram, logo no título, com uma expressão utilizada nas redações, mas pouco familiar no dia-a-dia.

Trata-se da palavra “palta”, singela derivação de outra, “pauta”, o que, dependendo do veículo de comunicação, dá na mesma. O estranhamento foi geral. Perguntaram-me o que vem a ser tal expressão. Ora, basta consultar um bom dicionário para dissolver o problema de entendimento.

No Rouais, temos: 1) agenda ou roteiro dos assuntos mais importantes a serem cobertos numa edição de jornal, revista, programa de rádio ou televisão etc; 2) na preparação de matéria jornalística já programada, indicação dos detalhes a serem abordados sobre determinado assunto e do modo de focalizá-lo. O Aurélyo vai na mesma toada.

Posto isso, fica confortável dizer que palta, ou sua singela derivação, pauta, é tudo aquilo que pode ser realizado sem dar muito trabalho – aliás, o mínimo possível –, que não exige um profundo pensar e que entretenha o leitor, ouvinte ou telespectador a tal ponto de ele querer saber apenas o que significa a palavra e não quais são os critérios utilizados para a sua execução. Isso, claro, só ocorre em A Primeira Vítima, vanguarda do jornalismo no... ah, você já sabe.

12 abril 2006

Nossos textos e o alto nível de nossos leitores

Por Olvídio Mor Horelhãns

Além de serem extremamente invejados pela concorrência, os textos de A Primeira Vítima têm forte poder de penetração (bem fálico, não?). Os amigos d’A Primeira passaram a comentá-los com mais freqüência. Em resumo, classificam o material como o que há de melhor no jornalismo nacional, internacional e de Santo André e região (desculpe-me, sempre que engato a frase não dá pra segurar).

O mais recente trabalho artístico-corporal de Paco Figueroza, “CRÔNICO TRÂNSITO: Ônibus quebra na Avenida Brasil”, arrancou suspiros da galera. Um exemplo veio de uma de nossas mais assíduas leitoras, a amiga, a guia espiritual, a modelo/atriz e promoter e atual fazendo pós Janis Jopli. Vale um parênteses: gostaria de registrar que admiro a inteligência dela em admirar a minha inteligência.

Ela sintetiza a beleza do texto de Figueroza em três palavras: “superbonitinho, fofo e meigo”. Após relatar a sua impressão, a leitora despeja todo o seu conhecimento adquirido em menos de oito segundos de pós-graduação para fazer uma análise objetivo-introspectiva pós-moderna do desempenho textual de Paco (detalhes, no comentário de “Um texto que nos deixa sem palavras”).

São palavras de difícil acesso aos não-iniciados, exatamente como deve ser qualquer texto, pensamento ou asneira produzido por um acadêmico. (A menina pegou logo o espírito da coisa.) Isso é apenas um reflexo da qualidade intelectual de nossos leitores. Sem vocês, nós não existiríamos (eta frase idiota).

11 abril 2006

Um texto que nos deixa sem palavras

Por Olvídio Mor Horelhãns

O gênero crônica é o que permite maior liberdade para o jornalista mostrar todo o seu talento com as palavras ao narrar singelas passagens do dia-a-dia.

Em “CRÔNICO TRÂNSITO: Ônibus quebra na Avenida Brasil”, o repórter de A Primeira Vítima Paco Figueroza esparrama em suas linhas todo o seu lirismo, romantismo, e por que não dizer, brilhantismo.

O texto me trouxe fortes emoções, o que me deixou sem palavras.

10 abril 2006

O dito pelo não dito e gente curiosa

Por Olvídio Mor Horelhãns

No melhor estilo “recordar é viver”, Paco Figueroza dá uma pitada de memória ao atual quadro nacional, em especial ao político. O repórter abre espaço para duas figuras emblemáticas do país e, com isso, contribui para manter firme e forte uma das mais importantes seções de A Primeira Vítima.

Na edição de “FRASES D'A PRIMEIRA: Bom profeta, mau profeta”, temos o registro do momento exato em que Zé Disseu e Luiz Friaz falam o que vem à cabeça quando cutucados sobre seus temas prediletos, dinheiro público e cobertura da mídia, respectivamente.

Porém há um risco em caminhar por falas alheias. O perigo dessa situação está quando o sujeito nega que disse o que disse e diz que não disse o que disse e fica o dito pelo não dito. Entendeu? Nem eu. O importante é que você leu o texto até aqui. Valeu.

07 abril 2006

Instigando a criatividade do meio artístico-cultural

Por Olvídio Mor Horelhãns

Extramente feliz a iniciativa do letrado repórter de A Primeira Vítima Olvídio Mor Horelhãns de criar a seção “DICAS DE PRIMEIRA: LIVROS”. O natural sucesso da empreitada promoveu as mais variadas reações do meio artístico-cultural.

Uma delas foi enviada a este ombudsman. Trata-se de uma das mais belas cantigas do cancioneiro nacional. O autor revela que o livro indicado pela coluna o inspirou deveras. Caro leitor, siga comigo o seguinte raciocínio:

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

Complexo, não? E continua...

Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Também não entendi, mas prossigamos...

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Aqui acho que o Gaetano Dengoso pegou pesado com o Ferrando Henriquieto Caroço. E olha que final meigo...

Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

Enfim, tudo isso pra dizer que o livro do Caroço é uma bosta, mas com muita classe.

06 abril 2006

Antecipar é bom; com qualidade, melhor ainda

Por Olvídio Mor Horelhãns

Não basta noticiar, tem de antecipar. Eis a receita para o sucesso de qualquer noticioso. Entretanto, para se manter no primeiro lugar nos corações e mentes dos leitores, ouvintes e telespectadores, tem de ter o time de repórteres do naipe de A Primeira Vítima (fala a verdade: que esticada de saco, hein?).

Enquanto a impressa esportiva festeja a conquista do caneco da Copa deste ano pela nossa seleção, a reportagem d’A Primeira vai além, viaja na maionese e antecipa o nome do país que irá sediar a Copa de 2014, desbancando o Brasil.

A matéria “Afeganistão se candidata para sediar a Copa”, de Paco Figueroza, chacoalhou o mundo da bola. Muitos cartolas ligaram para a redação para saber como o noticioso teve acesso a informações guardadas a sete, oito, que dirá dez chaves (minha humilde contribuição para a melhora do clichê).

De visual argentino, mas com futebol brasileiro, o correspondente Paco Fiqgueroza falhou apenas no quesito “personagem”. Ele poderia ter ouvido alguns atletas locais para “sentir” como estão se preparando para o mundial. Perdeu a grande chance de iniciar as entrevistas com a seguinte frase: “O meu amigo fulano de tal que joga no clube X” e dar o tradicional “tapinha nas costas” do sujeito. É uma pena.

04 abril 2006

Serviços, a riqueza de um noticioso

Por Olvídio Mor Horelhãns

Reconhecemos o valor de um noticioso aferindo o volume e qualidade dos serviços prestados. Nesse sentido, A Primeira Vítima figura entre os mais importantes veículos com a prática já consagrada. (Hoje eu estou bem mais humilde do que o normal, por isso não afirmei que somos os melhores, mas você já sabe, né?)

A seção mais prestigiada d’A Primeira é “Série Profissões”, lançada pelo repórter Paco Figueroza e copiada na cara-de-pau pelos demais colegas. Trata-se de um hábito saudável, recebendo, inclusive, muito estímulo na redação. Marcô, já era.

Dessa vez, a destaque é para a carreira de caseiro, que está na moda, segundo anotou Oscar Alho, autor do texto. A dica é boa. Esbarra, porém, nas fortes exigências para preenchimento da vaga, o que elimina muitos, mas muitos mesmos, candidatos ao posto. O mercado não dá boi.

Para iniciar-se na profissão, entre outros atributos, pede-se, simplesmente, que o sujeito seja sincero. Francamente, né? Assim não há currículo que agüente. A exigência deveria ser mais amena, tipo uma graduação na USPi, uma pós em Harvouard e um pós-doc na puta que pariu (perdoe-me, me empolguei).

Especialista em recursos humanos afirmam que, cumprida a exigência, o patrão pode se dar por satisfeito, pois a qualificação é tamanha que pode derrubar até ministro. Agora, se o patrão for o próprio ministro, recomenda-se que não se quebre o sigilo bancário do funcionário porque o bicho pega.

03 abril 2006

Fiquei sem idéia para um título

Por Olívio Mor Horelhãns

Se São Paulo é a locomotiva do Brasil, então é necessário um maquinista a altura. Os paulistas ficaram mais tranqüilos, e por que não dizê-lo, o resto da nação, ao ser noticiado em A Primeira Vítima que o comando do Estado estará nas mãos do senhor Cláudio “Taturana” Lambo, que, na flor da idade, vive o auge da carreira.

O autor da boa nova é o repórter Oscar Alho. Na consagrada seção “Frases d’A Primeira”, Alho traça um singelo perfil de Lambo, carinhosamente chamado nas rodas mais íntimas de “Tatu”. Apresenta-nos de forma definitiva o invejável currículo do Tatu (a alcunha instiga a rima, diz aí): ex-defunto, ex-apoiador da ditadura e futuro ex-vice-governador de São Paulo.

Além disso, Alho abre espaço para elevar ainda mais o nível do pensamento nacional com a frase do Tatu (tô quase dizendo qual é o palavrão que se encaixa à perfeição na rima já proposta... num precisa, né? Cê já sacou na primeira insinuação. Leitor experto). A seção cumpre, assim, a valorosa missão de contribuir com a democracia brasileira.