07 abril 2006

Instigando a criatividade do meio artístico-cultural

Por Olvídio Mor Horelhãns

Extramente feliz a iniciativa do letrado repórter de A Primeira Vítima Olvídio Mor Horelhãns de criar a seção “DICAS DE PRIMEIRA: LIVROS”. O natural sucesso da empreitada promoveu as mais variadas reações do meio artístico-cultural.

Uma delas foi enviada a este ombudsman. Trata-se de uma das mais belas cantigas do cancioneiro nacional. O autor revela que o livro indicado pela coluna o inspirou deveras. Caro leitor, siga comigo o seguinte raciocínio:

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

Complexo, não? E continua...

Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Também não entendi, mas prossigamos...

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Aqui acho que o Gaetano Dengoso pegou pesado com o Ferrando Henriquieto Caroço. E olha que final meigo...

Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

Enfim, tudo isso pra dizer que o livro do Caroço é uma bosta, mas com muita classe.

2 Comentários:

At 12:09 PM, Anonymous Anônimo said...

FANTÁSTICO! Relembro também frase de Gaetano publicada aqui na Primeira, quando da criação do PGuei: "plataforma do partido será uma "simbiose de múltiplas facetas inspiradas nos ensinamentos de Clóvis Bornay".

 
At 12:15 PM, Anonymous Anônimo said...

Porque além de ombudsman, todo bom veículo tem poesia.

 

Postar um comentário

<< Home