20 abril 2006

As mais diversas belezas da democracia brasileira

Por Olvídio Mor Horelhãns

A democracia é maravilhosa. Permite a todo cidadão se expressar livremente. Exige, porém, responsabilidade. As maneiras são as mais diversas. Alguns preferem externar seus pensamentos com métodos imediatos. Confeccionam pacientemente uns dizeres numa cartolina, vai a um campo de futebol e torce... para uma câmera de TV “flagrar” o seu recado. Eis o famoso “mostra eu”.

Outros, mais sensatos, valem-se de expedientes mais sofisticados. Reservam um espacinho esperto numa página nobre de seu periódico, na programação de sua rádio ou num dos seus telejornais. Contratam profissionais para produzirem toda sorte de opinião e publicam. Eis o editorial. O prezado leitor já se atentou para os diferentes efeitos dessas manifestações?

No primeiro caso, o sujeito ganha uma notoriedade instantânea, o que depende muito de sua criatividade. Um recado bem escrito, com um colorido todo especial, rapidamente atrai o olhar televisivo. Sucesso garantido: tapinhas nas costas e muitos - muitos mesmo - puxa-sacos em seu entorno.

No segundo, o rapaz esperto do espacinho esperto exerce influência imediata, o que depende em certa medida de seu veículo. Uma boa tiragem, com forte inserção nos chamados ciclos formadores de opinião, atrai o interesse graúdo. Sucesso garantido: tapinhas nas costas e muitos - muitos mesmo - puxa-sacos em seu entorno.

Viu, caro leitor, como a democracia é maravilhosa! É com o intuito de exercê-la plenamente que A Primeira Vítima inicia sua séria de editoriais. O primeiro deles foi o “Pefelê é São Paulo, Pefelê é Brasil!”, louvando a nova administração paulista e paulistana. O segundo, “Um dia como outro qualquer”, sobre o Dia Internacional de Homenagens à Primeira Vítima. Belo início.

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