Uma bela imagem vale mais do que mil propinas
Por Olvídio Mor Horelhãns
Os telespectadores de A Primeira Vítima já estão acostumados com a qualidade de nossas câmaras escondidas. O sistema é ultra-mega-estéreo, com som digital DTS (Digital Theatre System), Dolby Digital e SDDS (Sony Dynamic Digital System). Talvez seja isso o que gerou acintoso número de chiadeiras sobre a última produção deste noticioso. Muitos ouvintes reclamaram da qualidade no som, imagem, figurino e área de locação da matéria “Anciã filma ações que podem revelar esquema do minimão”, da vistosa Julinha Botelho, em 30 de agosto. Alguns leitores chamaram a atenção para cenas mal dirigidas.
A reportagem revela que “seguranças aparecem à luz do dia conversando animadamente com representantes do Partido Discente (PD) e do Partido dos Museus e Institutos Especializados (PMI) à espera da abertura do Canjicão. Ao final do encontro, eles simulavam anunciar uma “batida” e pareciam revistar os bolsos da pessoa, quando na verdade aproveitavam para colocar, sem levantar suspeitas, um bolinho de dinheiro”.
As fitas, cerca de 100 horas de gravação, foram entregues diretamente ao reitor Aroldho Delffi. São peças-chave para desvendarmos o esquema do “minimão”, pagamento de R$ 300 mensais representantes do PD e do PMI no Conselho Unilaterário, entregues durante as próprias assembléias ordinárias da entidade em estojos escolares, “a título de ‘brinde’ para os participantes”, como já revelou matéria de Julinha Botelho.
De fato, as filmagens pecam pela qualidade. A repórter deveria ter orientado melhor a anciã, moradora símbolo do Cruspi, em closes mais fechados, tomadas mais rápidas, edição mais dinâmica, com direito a replay. Faltaram ainda caracteres com os nomes dos envolvidos e sobre os diálogos que tiveram. Na pressa de querer dar o furo, a Ju se empolgou e deixou de prestar um excelente serviço ao jornalismo brasileiro. Lembre-se, Ju, de um dos mandamentos primordiais de A Primeira Vítima: “Uma bela imagem vale mais do que mil propinas”.
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