O jornalismo e seus personagens
Por Olvídio Mor Horelhãns
A Primeira Vítima lança mão de “personagens” em suas publicações. Trata-se de uma prática legítima do segmento. Os “personagens” ajudam a ilustrar as matérias, sobretudo quando o veículo quer provar uma tese. No Primeira vale tudo: fazer da exceção a regra, induzir o entrevistado a responder de acordo com que se quer provar e por aí vai. O importante é a gente ter razão. A verdade... é um detalhe.
Pois bem, a equipe de repórteres deste noticioso está de parabéns. Soube com maestria fazer do até então ex-obeso, ex-collorido e agora ex-deputado Michael Jeffersson uma estrela nacional, o que nos rendeu altos índices de audiência. E Jeffersson correspondeu à altura. Captou o que o público queria, carregou no gesticular e adequou-se esteticamente. Beirou a perfeição: não sabemos se ele é mocinho ou bandido. Acho que não faz diferença.
A sensibilidade de Julinha Botelho em “A cortina se fecha: Michael Jeffersson deixa os palcos” trouxe uma certa comoção em nossa redação. Lágrimas aqui e ali. Suspiros ali e aqui. Michael também se emocionou. Eram perceptíveis os seus soluços em mais uma ligação que me fez. Ele agradeceu veementemente (a expressão, diz ele, ainda não saiu de seu script) a cobertura feita pela nossa equipe. Afirmou ainda que guarda com carinho cada texto aqui veiculado. “Vou colocar no currículo”, frisou antes de desligar o aparelho. Deixará saudades.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home