O jornalismo declaratório
Por Olvídio Mor Horelhãns
A retórica ganha fôlego em momentos de crise política. Cada um tenta defender-se do modo que julga mais apropriado. Com isso, o leitor é soterrado com várias versões. E cabe ao profissional equilibrado equilibrar o tom das declarações, ouvindo todos os lados envolvidos numa pendenga. Infelizmente, esse procedimento não foi observado por Zurick Spantus em “Professor Luluzinho pedirá a cassação de Fumando Gambeira”.
O repórter deveria ter dado o mesmo espaço ao deputado Gambeira. Entretanto, o ideal mesmo seria colocar frente a frente os dois parlamentares. Em seguida, estender o braço com a mão espalmada na altura do rosto de ambos. E incitar, ou melhor, pedir para o mais corajoso cuspir. Assim que surgir o projétil, retira-se imediatamente a mão. O recurso é bastante utilizado em Santo André e região para iniciar as mais belas pancadarias. Há sempre aquele que puxa os melhores argumentos do fundo do pulmão.
Em face do sucesso da prática, o Manual de Redação, Deveres e Procedimentos de A Primeira Vítima já incorporou a idéia, descrita com mais detalhes no capítulo 12, parágrafo 2, inciso 5º, artigo 14. O repórter deve ler atentamente o livreto para não perder outras oportunidades em aplicar os conhecimentos ali recomendados.
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