Aprofundamento, carro da patroa e o leitinho das crianças
Por Olvídio Mor Horelhãns
Um diferencial na produção noticiosa de A Primeira Vítima é justamente o aprofundamento no fazer jornalístico (já tô de saco cheio desta expressão, mas se não utilizá-la a academia cai de porrada em cima de mim). O profissional deve ir a fundo para desvendar os interesses das fontes ouvidas. E assim procedeu o repórter Rick Lago no excelente trabalho “Presidente da Caxa Gastadora Federal ameaça processar órgãos da Justiça por uso indevido da ‘delação premiada’”.
Vários leitores elogiaram a matéria. De modo geral, ficaram espantados com a determinação do repórter. Por exemplo, ao lerem “indo mais fundo nos bastidores dos bastidores”, imaginaram que Lago direcionava-se à sucursal de A Primeira em Tóquio. Tolinhos. Rick apenas queria chegar à verdade. E conseguiu: enquanto a concorrência dá grande destaque aos contemplados pela delação premiada, o jornalista deste noticioso percebeu mais uma iniciativa de sugar os bolsos já exauridos do povão. Boa, rapaz!
Outro destaque no fazer jornalístico (eu prometo que essa é a última) de Rick Lago foi manter-se longe de qualquer influência de seus interlocutores (eita palavrinha suspeita). Deles, Lago não exigiu nada além do que prescreve a tabela do Primeira. O problema é que a minha parte ainda não chegou. Uma falha lamentável. E isso atrapalha o bom andamento dos trabalhos, sobretudo porque a patroa tá querendo trocar o carro. Sem falar na minha preocupação com o leitinho das crianças.
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