29 agosto 2006

A população, a facção e a fixação

Por Olvídio Mor Horelhãns

Charmoso o título, não? Eu achei. Principalmente porque a última palavra lembra uma bela canção nacional. Aquela daquele conjunto cuja vocalista ficou ainda melhor depois de pintar o cabelo. As loiras são o meu fraco. (Ju, num fica brava...)

Pois bem. Tudo isso para falar justamente da escultural matéria “Facção Criminosa assusta a população”, da excelente repórter de A Primeira Vítima, Julinha Botelho, outra loiraça de responsa.

Munida de sua deliciosa sensibilidade, a jornalista deu voz (?) as mais variadas espécimes de nosso extrato social. A repórter ouviu com todo carinho o que tinha a dizer o Seu Jaime, por exemplo.

A repórter também deu um pulinho no salão de beleza. Serviço de manutenção. Aproveitou para trocar algumas figurinhas com Guilherminha Guinme, dona de casa e madame, como anotou a Ju.

Ela colheu belas aspas, que demonstram temor com a tal Facção Criminosa, de uso exclusivo das Organizações Blobo. Trata-se de uma concorrente feroz do Primeiro (e Único) Comando da Capital (PuCC).

Bom, eu já falei da população, da facção e falta a... fixação. Ela já gerou seus furtos, ou melhor, frutos. Dúvida? Dê uma lindinha na matéria que segue: “PCC começa a ser idolatrado, diz sociólogo”.

25 agosto 2006

Durante as eleições, a mídia pode contribuir

Por Olvídio Mor Horelhãns

A contribuição da mídia se faz mais presente em época de eleições. Não, não falo de doações para esse ou aquele candidato, espaços generosos em páginas ou nas programações de rádio e TV. Não, magina. A Primeira Vítima não faz isso, de jeito maneira.

Refiro-me a outra contribuição. Mais precisamente, de campanhas para auxiliar o eleitor na escolha. Afinal, jornalistas desse noticioso sempre têm razão, nunca erram e por aí vai. Então por que não empunhar uma campanha aqui, outra ali?

Com esse espírito, Olvídio Mor Horelhãns foi destacado para cobrir mais uma iniciativa que caiu nas graças do povo. (Aliás, o caro leitor já reparou em que momento emprega-se a palavra “povo”, “população”, “sociedade”, “opinião pública”, “cidadãos” ou “contribuinte”?)

Sua matéria “A Primeira Vítima lança o ‘Dedo Consciente’” encontrou eco no povo, na população, na sociedade, na opinião pública e entre os cidadãos e os contribuintes. (Esqueci de alguém?) O meio político, então, está a mil para saber os vencedores da promoção descrita no texto. Nós também.

24 agosto 2006

Leitores antenados e muita paciência

Por Olvídio Mor Horelhãns

Os próprios leitores, ouvintes e telespectadores de A Primeira Vítima já identificam com extrema facilidade o maior traço peculiar do noticioso: a geração de novos conceitos.

Bastou Paco Figueroza publicar “Como nossos pais”, sucesso de público, crítica e, sobretudo, de bilheteria, que nossos fãs correm aos teclados a fim de expressar todo o apreço pelo noticioso.

Um deles parece se multiplicar como que por mágica. Trata-se do fã mais incidente e insistente: o senhor Anônimo. Ele comentou: “Novo gênero: jornalismo poético”. Exato.

Ressalta-se também todo um trabalho de fotorreportagem empreendido por Figueroza. Imagine, caro leitor, a penca de horas que o repórter dedicou para compor sua obra. Haja paciência.

23 agosto 2006

Em linhagem simples e direta

Por Olvídio Mor Horelhãns

Inspirado pelo Consenso de Washingtão, Paco Figueroza cava grande matéria na capital de nossos amigos e aliados. “Banca Mundial lança nova cartilha para programas de focalização” detalha mais receituário pra economista tupiniquim nenhum botar defeito.

Em linhagem simples e direta, o jornalista de A Primeira Vítima revela os principais pontos da louvável iniciativa de uma das mais sérias instituições mundiais. Somente profissionais com anos de vivência em ambientes econômicos decifram o que esses caras falam.

A clareza e a segurança com que Figueroza compõe suas linhas são de se tirar o chapéu e pedir uns trocados. Quem ganha é o leitor desse noticioso. Por sua vez, o repórter também.

O diretor de jornalismo d’ A Primeira, John Renner, já inscreveu a matéria do colega ao Prêmio Profissional Primeira Vítima nas categorias “Melhor Uso de Release” e “Relacionamento de Fontes com a Copa do Mundo”. Estamos na torcida!

Como Renner frisou, para participar é simples. “Mande um torpedo ou vários (grifo meu) para 69666 respondendo à pergunta: ‘Qual é o número e a senha da sua conta-corrente?’” Você saberá se foi contemplado checando seu saldo regularmente. Simples, não?

22 agosto 2006

Soco no estômago noticioso

Você aí que está acostumado a ver pobre somente quando está confortavelmente instalado numa poltrona de cinema, entupindo-se de pipoca, encharcando-se com refrigerantes e pagando meia-entrada como todo cidadão de bem, preste atenção.

Para seu desespero, John Renner noticia: “Homem mais pobre do mundo também decide se aposentar”. Trata-se de um novo conceito de reportagem lançado pel’A Primeira Vítima: o soco no estômago noticioso. E nem adianta tentar montar uma ONG.

A idéia é simples. O jornalista deve empregar beleza a algo totalmente desumano para não ferir sensibilidades movidas a Mc Alguma Coisa Feliz – lembre-se: peça pelo número. Assim, faz o leitor tomar contato com uma realidade conhecida apenas por película.

Sutil, o conceito tem tudo para vingar. O sujeito lê o texto e, ao final, diz “nossa que lindo!”. É a mesma reação daqueles consumidores cinéfilos que saem da sessão sussurrando “que direção, que fotografia! Já separou a gorjeta do flanelinha?”.

21 agosto 2006

O enfretamento com a notícia

Por Olvídio Mor Horelhãns

O currículo de John Renner é invejável. Poderia muito bem estar ocupando um belo cargo burocrático nos ares-condicionados do jornalismo. Mas não. Ele prefere o enfrentamento com a notícia. Com efeito, prova que há vida inteligente na reportagem.

Uma ocupação recorrente de Renner é a série de ocupações do MMLST (Movimento dos Trabalhadores Muito Loucos Sem-Terra). Calma, gente, estou voltando de merecidíssimas férias e ainda me sinto meio enferrujado quanto aos trocadilhos.

O repórter traz mais uma vez aquilo que chamamos no fazer jornalístico de “um-novo-olhar-sobre-o-mesmo-assunto” na matéria “MMLST ocupa Câmera e já prepara primeira colheita de emendas no Orçamento”. Belas linhas.

Não se trata de incrementar as pupilas com lentes de contato ou algo que o valha. Muito mesmo lançar mão de colírios ou óculos escuros. (Nossa, essa foi péssima! Realmente, estou fora de forma...)

O conceito a que me refiro exige do profissional a renúncia de preconceitos, destituir-se do porrete jornalístico – que tem o poder de deixar covardes coleginhas tão valentes – e apresentar aos fãs d’A Primeira Vítima um legítimo movimento sob nova perspectiva. Ganha um doce quem identificar Renner na foto que acompanha o texto.

Não à toa, o líder máximo do Movimento, João Pedra Estilo, correu a postar uma singela mensagem. Anotou: “Somente um noticioso como A Primeira Vítima poderia publicar uma matéria imparcial e produtiva!” Com tamanho prestígio, fiquei sem palavras.

02 agosto 2006

O colunista...

...está em férias. Retorna no dia 17 de agosto.