21 agosto 2006

O enfretamento com a notícia

Por Olvídio Mor Horelhãns

O currículo de John Renner é invejável. Poderia muito bem estar ocupando um belo cargo burocrático nos ares-condicionados do jornalismo. Mas não. Ele prefere o enfrentamento com a notícia. Com efeito, prova que há vida inteligente na reportagem.

Uma ocupação recorrente de Renner é a série de ocupações do MMLST (Movimento dos Trabalhadores Muito Loucos Sem-Terra). Calma, gente, estou voltando de merecidíssimas férias e ainda me sinto meio enferrujado quanto aos trocadilhos.

O repórter traz mais uma vez aquilo que chamamos no fazer jornalístico de “um-novo-olhar-sobre-o-mesmo-assunto” na matéria “MMLST ocupa Câmera e já prepara primeira colheita de emendas no Orçamento”. Belas linhas.

Não se trata de incrementar as pupilas com lentes de contato ou algo que o valha. Muito mesmo lançar mão de colírios ou óculos escuros. (Nossa, essa foi péssima! Realmente, estou fora de forma...)

O conceito a que me refiro exige do profissional a renúncia de preconceitos, destituir-se do porrete jornalístico – que tem o poder de deixar covardes coleginhas tão valentes – e apresentar aos fãs d’A Primeira Vítima um legítimo movimento sob nova perspectiva. Ganha um doce quem identificar Renner na foto que acompanha o texto.

Não à toa, o líder máximo do Movimento, João Pedra Estilo, correu a postar uma singela mensagem. Anotou: “Somente um noticioso como A Primeira Vítima poderia publicar uma matéria imparcial e produtiva!” Com tamanho prestígio, fiquei sem palavras.

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