A solidão no jornalismo
Por Olvídio Mor Horelhãns
Poetas já a exaltaram. Escritores narram os mais sublimes momentos em função dela. Músicos encontraram nela inspiração. Pintores dão novas formas à velha conhecida. E Olvídio Mor Horelhãns sabe que ela é sua fiel companheira: a solidão. (Fala a verdade: apavorei nesse começo. É no mínimo um Nobel de literatura).
À frente de uma das mais dramáticas sagas do jornalismo no Brasil, no mundo e em Santo André e região, o solitário Horelhãns traz novas revelações sobre a participação de jornalistas de A Primeira Vítima em consultorias para envolvidos em esquemas de corrupção. A matéria “Deputado fujão contratou serviços profissionais de repórter de A Primeira Vítima” é nota dez em apuração, texto, edição, evolução, adereço, alegoria, mestre-sala e porta-bandeira.
Em conseqüência de suas denúncias, em um único dia Olvídio escapou de oito atentados (não utilizo o sete porque, segundo a crença popular, trata-se de um número recorrente em narrativas de mentirosos). O esquema de segurança foi reforçado. Antes das matérias, o repórter era acompanhado por apenas dois agentes: um para ele mesmo, outro para o ego dele. Agora são quatorze guarda-costas.
O ombudsman procurou a direção de jornalismo para cobrar explicações sobre o que acontecerá com os jornalistas já denunciados: Julinha Botelho, a Ju, e Oscar Alho, mandante de pelo menos seis atentados. Até o final desta edição não obteve resposta. “Isso é uma vergonha”, ouviu Horelhãns de um outro jornalista, âncora de telejornalismo, que pediu para não ser identificado temendo represálias.
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