Diante da verdade
Por Olvídio Mor Horelhãns
O jornalismo sério busca a verdade. O caminho é difícil e nem sempre é possível percorrê-lo satisfatoriamente. Sabedor disso, o profissional de A Primeira Vítima deve ouvir todos os lados, postura que não garante o sucesso da empreitada. Mesmo assim, vale o procedimento. Porém há situações – raríssimas, diga-se – que a verdade é irrefutável, não havendo mais a necessidade de dar voz a quem quer que seja.
A matéria “Cerro defende-se e diz que rampas são exemplo de planejamento”, de Zurick Spantus, demonstra claramente que o repórter não precisou ir muito longe para chegar à verdade. Bastou entrevistar o prefeito de São Paulo, Sozé Cerro. Seria exagero de minha parte afirmar que Cerro seja o dono da verdade. Mas que ele a administra com competência, seriedade e planejamento eficaz, não resta a menor dúvida. Portanto, configura-se neste caso uma exceção à regra, ou seja, ouvi-lo é o suficiente.
A atenção do repórter, entretanto, é determinante para a qualidade da matéria. Ele não deve perder nada do que Cerro dita. Caso o jornalista tenha dificuldades em anotar, é imperativo ter em mãos um gravador. Ainda assim, se a fala do prefeito contiver alguma imprecisão – algo inimaginável –, há a necessidade de pedir, com muita educação, para que ele repita até chegar à perfeição que lhe é peculiar. Não é todo o dia que estamos frente a frente com a verdade. Devemos valorizar esses momentos. E foi o que fez o brilhante repórter Zurick Spantus.
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