Coragem, repercussão e a tiazinha do refeitório
Olvídio Mor Horelhãns
Tem que ser muito macho para publicar matérias denunciando, ou melhor, provando a promiscuidade de alguns jornalistas. É caso de Olvídio Mor Horelhans, que não é promíscuo, mas é um dedo-duro de primeira, ou melhor, de A Primeira Vítima.
Somente o melhor jornalista do Brasil, do mundo e – só para lembrá-lo, caro leitor – de Santo André e região poderia estar à frente de uma série de reportagens emocionantes: “Especial: Jornalistas d’A Primeira Vítima prestam consultoria a envolvidos em corrupção”. Na primeira (de muitas que virão, aguardem) Horelhãns, após retirar a uma pulga que estava atrás de sua orelha, desvenda como Oscar Alho conseguiu incrementar o seu patrimônio.
A repercussão do primeiro texto foi imediata. Oito segundos após a publicação, a residência do corajoso jornalista foi metralhada, fuzilada, bombardeada e, finalmente, exterminada da face da Terra. “Não há consagração maior”, afirmou Mor enquanto limpava de seus calcanhares um composto orgânico de forte odor, resultante de forte abalo emocional.
O Serviço Secreto de Santo André e região (SSSAr) e o Serviço de Inteligência de Santo André e região (SISAr) obtiveram informações exclusivas e antecipadas sobre a ação contra Olvídio. Só que esqueceram de avisá-lo. “Não sei porque que continuo bancando esses idiotas”, afirmou Horelhãns ao ombudsman deste noticioso.
Porém Olvídio é um jornalista com fontes. Uma tiazinha que trabalha no refeitório do Conglomerado d’A Primeira ouviu um bochicho e informou o intrépido repórter. “O senhor Alho tá uma fera com o senhor. Eu acho que o bicho vai pegá pro seu lado. E vai ser hoje à noite”, sussurrou a tiazinha. Graças à prudência, Mor conseguiu escapar. Os leitores aguardam, ansiosos, a próxima cagüetada, ops!, reportagem da série.
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