Por um jornalismo mais humano
Por Olvídio Mor Horelhãns
Dentre as boas características de um excelente repórter está a arte de contar belas histórias (levei seis horas para formular esta frase). E é com lágrimas nos olhos (às vezes me pergunto de onde mais poderia ser) que leio a matéria “Cadela do presidente Mula morre de desgosto”, de Oscar Alho do dia 29 de julho. Um relato humanizado de uma tragédia na política nacional.
Peço licença aos caros leitores do Primeira Vítima para deixar minha homenagem a Mi, como era carinhosamente chamada pelos mais próximos. Muito compreensiva, sempre tinha um latido amigo nos momentos mais difíceis. Lembro-me de uma frase dela ao anunciar que iria me ajudar na busca de um emprego: “o máximo que posso fazer por você é lhe dar um salário mínimo”. Eu estava há quatorze anos desempregado e sua pata amiga foi de grande valia.
A maior qualidade de Mi era a fidelidade canina ao presidente, a exemplo do ex-guerrilheiro, ex-ministro chefe da Casa Brasil, e atual deputado todo-enrolado José Sifu(o resto é por sua conta). Michelle tinha livre trânsito junto à intelectualidade da USPi e não dispensava um torresminho nos bares da 25 de Março, no centro da capital paulista. Não raro dava uma passadinha nas lojas Dasloo, da amiga e confidente Elyiyanaa Trancada, para repor peças básicas de seu guarda-roupa. Era descolada.
Em companhia de seus donos, conheceu o mundo e sempre lembrava dos amigos no retorno de cada viagem. A experiência adquirida ao redor do globo dava a Michelle todas condições de assumir a Coordenação Política e futuramente surgiria naturalmente como nome forte para 2006. O meio político, em particular, e o país, no geral, amanhecem mais pobres com a ida de Mi para o além.
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