16 março 2006

Amor à profissão, senso de notícia e antecipação dos fatos

Por Olvídio Mor Horelhãns

Zurick Spantus é exemplo de profissional dedicado. Seja na folga, seja nas férias ou na lua-de-mel, ele não deixa a notícia escapar. O repórter de A Primeira Vítima, em merecidas férias desde outubro de 2005, captou em pleno período de descanso a informação que vez a diferença na cobertura da passagem do U-II pelo Brasil.

O texto “Furo de reportagem: Bongo Voxx pede cidadania brasileira” despertou grande atenção dos leitores, principalmente da ala feminina. O interesse foi tanto que, somente no dia da publicação da matéria (28/02), o ombudsman recebeu 10.002 e-mails. Isso é o que eu chamo de senso de notícia.

A preocupação foi a tônica das mensagens. A pergunta mais freqüente era: “Onde Bongo Voxx irá morar?”. Mais de 98% das leitoras diziam ter um cantinho para o cantor. Frases como “dou casa, comida e roupa lavada” vieram aos montes. Impressionante o carisma de Voxx.

Outro foco de manifestações foram as dificuldades do Bongo em assimilar o idioma local. Uma delas conseguiu sintetizar o espírito da coisa: “Com tanta beleza acumulada, você acha que eu vou prestar atenção no que ele diz?” Desconfio que a frase revele um dos segredos para o sucesso da banda.

Spantus ainda praticou uma das melhores características do time de repórteres d’A Primeira. Não, caro leitor, ele não chutou nenhuma informação. Simplesmente antecipou quem será o suposto possível futuro Ministro da Cultura de um suposto eventual novo mandato de Lulla: Bongo Voxx. Com isso, o jornalista reforça a marca do noticioso, qual seja, extrair os elementos políticos de cada ação dos agentes públicos. Belo trabalho.

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